sexta-feira, 19 de julho de 2013

Un ciel artificiel



Busquei a caneca, reclinei na cadeira, pensei em voltar a escrever aquele romance yankee-nipônico, mas mudei de ideia. A doença, o cansaço, a vida não tendem a melhores invernos ou melhores anos ou melhores perspectivas ou melhores gramáticas. Quando dou por mim estou lendo um romance de tigres em primeira pessoa só porque achei a capa bonita, só porque havia me cansado de saber que sofro, só porque queria me descobrir interessado em algo que não fosse dor no peito e incerteza.
Tolo eu, alter ego, que de nada sirvo além de sentar e fingir escrever aqui ou acolá palavras sem sentido para fingir que isso me faz bem. Tolos todos em me mentir as verdades na cara dura, em arremessá-las como bosta de camelo rumo a minha face, porém nem mesmo assim tardo em lê-las, tardo em menti-las. Tola dor, pensa que me conquistou só uma vez e vem como uma amante virginal, para só depois arrebatar-me como a Hel que é. Mentirosa.


Pomme, qui m'allume et qui me quitte
On s'aime trop vite
C'est le vi-c'est le virtuel.