quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Se acaso me quiseres



Sou dessas mulheres de filmes antigos, que gostam de rosas roubadas de jardins alheios, de beijos no pescoço e homens de charuto. Daquelas esquecidas que apreciam uma boa conversa, um conhaque, um violão velho. Uma para sorrir sem motivo no meio da madrugada que não saberá nunca responder quando você perguntar 'o que foi?'. Existe tantas coisas em mim para se navegar, se deixar vencer, se render em silêncio... Existe muito no vazio de quem não ama ninguém, e se ama, esse alguém é distante, com outro a amar. Não tenho amor pra dar, tenho elevações. Do mínimo ao máximo em segundos, daquelas para fazê-lo andar na linha dos extremos, do íntimo exteriorizado, do maximamente tocável ou não, para rasgar sua alma com dedos nus e costurá-la para rasgá-la de novo. Um livro, um beijo, um sono compartilhado no divã. Não existem muitos segredos com o que me faz sorrir de verdade. E quando ir, sentarei no canto de parede mais próximo pra dedilhar alguma melodia melancólica de medo, dor e restauração e com os olhos fixos na porta, aguardarei você voltar pra mim.

Não esqueça de trazer aquele chá e aquele cd que gostamos, a noite é longa.

2 comentários: