quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Redemption


Dias contados se encerram e meu teatro continua ativo para um Coliseu fantasma. Olhos assistem de longe, ocultos nas sombras de si, envergonhados e fracos. Abandonei-os meus pequenos, abandonei-os porque me abandonei. - É o lamento que sai de seus lábios roxos de morte. Abandonei meu futuro e sentei no meio fio pra ver a vida passar, passar em cima de mim com rodas de ferro pesado. Massacrado, olho pra cima e vejo uma fímbria de luz se dissipando e meus olhos cedendo a escuridão, fim do primeiro ato. O escritor de alter-ego compromissado com a dor se senta atrás das cortinas e chora, pois não mais é capaz de criar. O mundo usurpou sua pouca inspiração e agora seus personagens morrem. Esse corpo tombado sou eu, com a essência boiando no limbo do etéreo enquanto seu elemental de massa faz de conta que vive. Morreu a vontade de inventar, construir, viver além, subir nas montanhas da própria imaginação e enfrentar os monstros com olhos medievais, primevos, orgânicos, criativos.

Eu só quero que as lágrimas rubras que agora pingam no tecido negro da minha realidade se façam falsas e que eu possa sorrir novamente para meus personagens, que eu possa criar, viver. Através de histórias, de falas, de pontos e virgulas, circunflexos e sorrisos. Crescer com aqueles que inventei, com os nomes que me acompanharam nas partes mais tensas da corda da minha vida medíocre. Cansado de ser inútil, foi ser inútil em outro mundo, em outras eras, em outros porquês. Criou e foi cuidar.

The Creepy Writer writes his stories of pain and lust, braves and cowards,
 and smiles to the life that he don't want to have. Don't might to have.

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